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Mula sem cabeça

Mula sem cabeça é uma lenda que provavelmente teve sua origem nos povos da Península Ibérica, trazida para a América pelos portugueses e espanhóis.
No Brasil, a lenda se espalhou na área rural, na zona canavieira do Nordeste e no interior do Sudeste do país.
No folclore mexicano, a lenda da mula sem cabeça é conhecida como Marola. Na Argentina, ficou conhecida com o nome de Mula Anima.
Existem outras versões para a origem da mula sem cabeça. Conta-se que, se uma mulher dormir com o namorado antes do casamento pode se enfeitiçada e virar uma mula sem cabeça.
Essa versão está ligada às tradições das famílias que buscavam o controle dos relacionamentos amorosos de suas filhas. Era uma forma de mantê-las dentro dos padrões morais da época.

Diz a lenda que toda mulher que mantivesse ligações amorosas com um padre, seria castigada e transformada em mula sem cabeça.
Essa lenda tem um cunho moral e religioso, onde se pretendia intimidar as mulheres que procuravam manter um relacionamento com religiosos da Igreja Católica.
Segundo a narrativa, o encantamento acontecia nas noites de quinta-feira, quando a mulher transformada em mula sem cabeça, lançando fogo pelo pescoço, corria em disparada pelas matas e pelos campos. Com suas patas, ela despedaçava os animais e as pessoas que surgissem em sua frente.
Até o terceiro cantar do galo, quando o encantamento desaparecia e ela exaurida e, algumas vezes ferida, retornava a sua normalidade.
Para acabar de vez com o encantamento que recaía sobre a pecadora, alguém deveria arrancar os freios da mula ou furá-la com algum objeto pontiagudo a fim de tirar-lhe sangue, mesmo que fosse apenas uma gota.
O encantamento também poderia ser retirado pelo padre (o amante), que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.

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