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Lealdade feminina

Lealdade feminina

Durante a Idade Média, no ano de 1141, na Alemanha, Wolf, o Duque da Bavária estava cercado em seu castelo pelos exércitos de Frederick, Duque da Suábia, e de seu irmão Konrad.

O cerco já durava muito tempo, e Wolf sabia que a rendição era inevitável. Mensageiros iam e vinham, levando propostas de acordo, condições e decisões.
Derrotados, Wolf e seus aliados estavam dispostos a entregar o castelo ao seu pior inimigo. Mas as mulheres desses homens não estavam nem um pouco preparadas para a derrota.

Enviaram uma mensagem a Konrad, irmão do duque inimigo, pedindo a promessa de salvo-conduto para todas as mulheres do castelo e de suas proximidades, e permissão para que elas levassem todos os bens que pudessem carregar.
A permissão foi concedida e os portões do castelo se abriram.

As mulheres foram saindo, levando consigo estranha carga. Não traziam ouro ou jóias. Cada uma vinha curvada sob o peso do marido, na esperança de salvá-lo da vingança dos inimigos vitoriosos.

Dizem que Konrad, bom e piedoso de fato, comoveu-se até às lágrimas, diante daquela atitude extraordinária. Apressou-se em garantir a liberdade às mulheres e a segurança aos maridos.

Convidou a todos para um grande banquete e fez um acordo de paz com o duque da Bavária em termos mais favoráveis que o esperado.

Desde então o monte onde estava situado o castelo passou a ser chamado de “Lealdade Feminina”.





A Mais bela flor

A praça estava deserta quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho.
Desiludida da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar.

E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se aproximou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente cabeça pendente, e disse cheio de alegria:
- Veja o que encontrei:

Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, descoloridas, murchas... Querendo me ver livre do garoto com sua flor, dei um pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa:
- O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei. Tome, é sua.

A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá.

Então estendi a mão para pegá-la e respondi:
- Era o que eu estava precisando.

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.

Percebi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim.
- De nada, ele sorriu.

E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia.

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