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Compaixão e Sabedoria

Compaixão e Sabedoria

Certa vez um camponês encontrou uma cobra morrendo em seu campo de arroz. Vendo o sofrimento da cobra, ele se encheu de compaixão. Apanhou a cobra e a levou pra casa.  

Deu-lhe então, leite morno, envolveu-a em um cobertor macio e amorosamente colocou-a ao seu lado na cama quando foi dormir. Pela manhã, o fazendeiro estava morto.

Por que ele foi morto? Por que ele só usou a compaixão e não a sabedoria. Se você pegar uma cobra ela o picará. Quando você encontrar um meio de salvar a cobra sem segurá-la você estará equilibrando sabedoria e compaixão e ambos ficarão felizes.

Sabedoria e compaixão devem andar juntas. Ter uma sem a outra é como andar com um pé só. Você pode pular algumas vezes, mas acabará caindo. Equilibrando os dois você andará muito bem vagarosa e elegantemente passo a passo.

Que a sabedoria guie seus passos…

Lenda oriental




A Consciência

A consciência é como uma pedra cheia de arestas cortantes que está dentro da gente.

Quando a pessoa faz algo de errado, a pedra começa a girar, a girar, e machuca e corta com suas arestas afiadas.

Ela só pára de girar quando a pessoa repara o dano que causou com seus atos ou palavras, e, quando a pedra pára de girar, a paz volta ao interior da pessoa.

Mas se a pessoa não tenta se corrigir, essa pedra, de tanto girar por causa de suas contínuas e repetidas más ações, vai gastando as arestas até ficar redonda e suave.

E, então, já não adianta mais girar, porque não machuca e não leva a pessoa a se arrepender e corrigir-se do que fez de errado.

Comparar

Comparar

Um orgulhoso e famoso guerreiro foi visitar, um dia, um velho Mestre que morava numa pequena casa nas encostas do Monte Himalaia. Ao encontrar-se com o mestre, sua presença, provocou nele, repentinamente, um forte sentimento de inferioridade que ele nunca tinha sentido.

Ele então disse ao Mestre:
- Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Mas quando entrei aqui, subitamente me senti inferior. Nunca me senti assim antes. Muitas vezes encarei a morte frente a frente, sem medo. Por que estou me sentindo assustado agora?
O Mestre disse-lhe:
- Espere. Quando todos tiverem partido, responderei.

Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o guerreiro estava ficando cansado de esperar. Ao anoitecer, quando todos foram embora, perguntou novamente:
- Agora o senhor pode me explicar por que me sinto inferior?

O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia. Ele disse:
- Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você?' Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi discussão alguma sobre isso.

O guerreiro então argumentou:
- Isso acontece porque elas não têm a capacidade de se compararem.

O Mestre replicou:
- Então não precisa me perguntar. Você já sabe a resposta. Quando você não compara, toda inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é, e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer sábio, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.

E acrescentou:
- Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na natureza, tamanho não é documento. Tudo é expressão igual de vida!

Lenda budista

Grande mestre

Grande mestre

Um dia, um jovem deixou sua família e lar para ir visitar um famoso mestre. Ele imaginava que com aquele mestre poderia conseguir um grande tesouro de sabedoria. Quando já se encontrava às portas da cidade, após uma longa viagem cheia de aventuras, encontrou um velho senhor.
Este lhe perguntou:
- Aonde vai, jovem?
- Vou à procura do mestre, para estudar com ele - respondeu o rapaz.
- Em vez de buscar um simples mestre, é mais maravilhoso encontrar o Grande Mestre!

Animado com a perspectiva de encontrar o Grande Mestre, o jovem perguntou-lhe:
- Muito obrigado! O senhor sabe onde encontrá-lo?
- Volte para casa agora mesmo. Quando chegar lá, encontrará uma pessoa usando uma manta e chinelos trocados, que o cumprimentará. Essa pessoa é o Grande Mestre.

O rapaz pensou, preocupado: "Como posso retornar agora, quando estou às portas do meu objetivo? Será que posso confiar no que me diz este simples velho?

Então, o jovem teve uma forte intuição de que aquele simples homem à sua frente era uma pessoa de grande sabedoria. Num impulso, voltou para a estrada e retornou o mais rápido possível, ansioso pela vontade de encontrar o Grande Mestre.

Chegou à sua casa tarde da noite, e sua amorosa mãe, em meio à alegria e pressa de abraçar o filho que retornava ao lar, cobriu-se de uma manta usada e calçou seus chinelos trocados.
Olhando para sua mãe desse modo, que vinha sorrindo e pronta para abraçá-lo, reconheceu nela o Grande Mestre. Sua mãe era seu maior tesouro de sabedoria

Conto oriental

A Lei da natureza

A Lei da natureza

Um agricultor tinha vários sacos de sementes diferentes. Resolveu um dia plantar um grande terreno que nunca tinha sido cultivado, com uma lavoura de morangos. Passou o trator, limpou o terreno, apanhou um saco enorme de sementes e foi deitando-as na terra. Ao final de uma tarde desceu do trator, exausto, e olhando a grande extensão plantada, pensou:
- Agora é só esperar que a natureza faça o resto.
E foi descansar. Três semanas depois o homem resolveu dar uma olhada em sua nova lavoura para ver o crescimento das plantas. Começou a caminhar a pé por entre as pequenas mudas que já tinham mais de 1 palmo de altura, examinando-as cuidadosamente, até de que repente parou estarrecido, pôs as mãos na cabeça e gritou:
- Não!

Correu ao celeiro pegou o saco das sementes que plantaram e confirmou sua suspeita: ele semeara equivocadamente, tomates ao invés de morangos. Indignado voltou correndo à sua lavoura e esbravejando e pisoteando as tenras plantinhas, gritava:
- Droga, droga!!! Detesto tomates! Eu queria morangos....
E chutava a terra, pisoteava, pulava numa fúria insana até cair sobre o solo exausto e embarrado. Vendo aquilo, sua mulher o socorreu e ele enraivecido afirmou detestar aquela lavoura e queria vê-la destruída. Sua mulher, pessoa simples, mas sabia, o consolou e lhe disse:
- Mas, querido, a natureza não fez nada errado. Se você semeou tomates, como quer recolher morangos?... 

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